Pesquisas realizadas pelo Projeto Pioneiras sobre a regeneração da floresta Amazônica são destaque em artigo discutindo os impactos das queimadas na região.
"Como parte de um experimento de longo prazo próximo à cidade de Manaus, Brasil, nós temos monitorado anualmente o processo pelo qual as árvores chegam, se estabelecem, crescem e morrem depois que as florestas originais foram derrubadas. Nós descobrimos que dois a oito anos de manejo de pastagens com queimas anuais resultam em áreas de floresta marcadamente diferentes daquelas que se regeneram em áreas abandonadas logo após o corte da floresta.
Os resultados encontrados em nossas pesquisas em Manaus também foram observados em novos estudos realizados em áreas não experimentais. Em Apuí, uma área no sul da Amazônia marcada por uma alta taxa de desmatamento e incêndios recentes, anos de criação de gado e queimadas recorrentes comprometem a capacidade das florestas secundárias de prosperar espontaneamente em campos abandonados.
Além disso, encontramos um padrão semelhante nos sistemas de cultivo outrora tradicionais por causa de mudanças socioeconômicas que têm pressionado esses sistemas. Na região de Tefé em direção ao oeste da Amazônia, quanto mais um campo é cultivado e menor o período de pousio entre as queimadas, mais lentamente as florestas secundárias crescem e mais elas abrigam uma comunidade de plantas caracterizadas por árvores semelhantes às encontradas em pastagens abandonadas.
Se o governo do Brasil realmente deseja recuperar as terras desmatadas, medidas ativas devem ser tomadas para ajudar as florestas secundárias a prosperar. Duas décadas de pesquisa mostram ser necessários investimentos e o apoio do governo em iniciativas de restauração envolvendo a poda de árvores, o plantio de mudas, a recuperação de solos e o desenvolvimento de sistemas agrícolas alternativos como agroflorestas para que a recuperação de florestas na Amazônia realmente tenha algum valor econômico ou ecológico para as futuras gerações."