O Projeto Pioneiras está auxiliando os produtores rurais do médio rio Juruá a implantarem sistemas agroflorestais com a perspectiva de melhorar a renda e a segurança alimentar das famílias que vivem na Reserva Extrativista (Resex) do Médio Juruá e na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uacari. Ambas ficam no município de Carauari, no Estado do Amazonas, distante de Manaus cerca de 1.670 km por via fluvial.
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Comunidade Bom Jesus, na RDS Uacari, onde o Projeto Pioneiras desenvolve atividades de pesquisa e extensão. |
Dados dos planos de gestão das reservas, de 2009 e 2010, contabilizaram 550 famílias e cerca 3.200 pessoas morando nas duas reservas, distribuídas em 57 comunidades. Boca do Xeruã é a comunidade mais distante, no extremo da RDS do Uacari, a mais de 400 km da sede de Carauari. Uma viagem à esta cidade pode levar até 52 horas de barco. Além de dispendiosa, produtos perecíveis se estragam na longa viagem. Como na comunidade também não há fornecimento de energia elétrica, a comercialização de alguns produtos processados, como o vinho de açaí, torna-se inviável. Esses entraves afetam o potencial que diferentes produtos possuem como fonte de renda para as famílias da região.
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Novo Horizonte, na Resex do Médio Juruá, outra comunidade
foco do trabalho na região do médio Juruá.
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Na perspectiva de melhorar a renda e a segurança alimentar das famílias, especialmente as que moram nas comunidades mais distantes, o Projeto Pioneiras, em parceria com a Associação dos Produtores Rurais de Carauari (ASPROC), está auxiliando algumas famílias na implantação de 20 hectares de sistemas agroflorestais (SAF’s) em roçados de mandioca abandonados e hoje recobertos por capoeiras.
A primeira ida a campo para a coleta de dados foi realizada em março de 2014. Foram levantadas informações sobre o preparo da terra, plantio, manutenção e colheita da mandioca, assim como do processamento e transporte da farinha. Isso vai permitir a análise comparativa entre o custo-benefício da produção dos roçados de mandioca e dos SAF’s planejados. Dados parciais sobre os rendimentos da produção de farinha mostram que, dependendo das decisões e estratégias adotadas por cada família no processo produtivo, as famílias podem ter um prejuízo de até R$ 3.000,00 por hectare de roça cultivada ou, pelo contrário, lucros que chegam a R$ 28.000,00.
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Mandioca sendo torrada para a produção de farinha. |
A estimativa é de que a conclusão desses trabalhos ocorra até o início de 2015, e a expectativa é de que os produtores possam decidir, com base também nos custos e no retorno financeiro de cada opção de trabalho da terra, as melhores estratégias para empregar sua força de trabalho.
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