quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Intensificação do uso da terra diminui a resiliência das capoeiras na Amazônia, segundo estudo publicado

O Projeto Pioneiras acaba de publicar o artigo intitulado


A edição especial da revista científica Journal of Ecology intitulada Forest resilience, tipping points and global change processes, traz sete artigos de pesquisa que avaliam a resiliência de diferentes florestas às mudanças globais, e um artigo de revisão sobre o assunto. A edição especial estará disponível gratuitamente online na página da revista.

Neste artigo, nós avaliamos o efeito da intensificação da agricultura de corte e queima na resiliência das florestas secundárias (capoeiras) na Amazônia Central. A pesquisa foi realizada em comunidades ribeirinhas do Médio Solimões, na região do município de Tefé e Alvarães, no Estado do Amazonas. 


Os resultados da pesquisa mostram que, com o aumento da intensidade de manejo, a área basal e altura das florestas secundárias diminui, a regeneração da comunidade de plantas passa a depender principalmente de rebrotos, e a infestação de lianas sobre as árvores aumenta drasticamente. Além disso, a diminuição da área coberta por floresta madura na paisagem leva à diminuição da diversidade de espécies nestas florestas. As propriedades do solo tiveram um efeito limitado neste processo.

Nossos resultados demonstram a importância da intensidade de manejo para determinar a estrutura das florestas secundárias e enfatizam a importância das estratégias de regeneração para a resiliência da floresta. No artigo nós discutimos como a intensificação do uso da terra pode levar o sistema a um estado estagnado de sucessão, o qual terá baixa capacidade de prover serviços ecossistêmicos e de manter a agricultura tradicional de corte e queima na Amazônia. 


Diagrama mostrando os efeitos da intensidade de uso da terra sobre a estrutura das florestas secundárias na Amazônia Central, Brasil.

À esquerda estão duas fotos de florestas secundárias que foram sujeitas a baixa intensidade de uso: apenas um ciclo de corte e queima após a derrubada da floresta madura. À direita estão duas fotos de florestas secundárias que foram sujeitas a elevada intensidade de uso: foram realizados mais de oito ciclos de corte e queima, com um tempo de pousio médio de 4 anos. Todas as fotos representam florestas secundárias com 5-6 anos após o abandono da área agrícola. Os triângulos representam a direção das mudanças em quatro variáveis de estrutura da florestas ao longo de um gradiente de intensidade de uso da terra. 





Nenhum comentário:

Postar um comentário