sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Projeto Pioneiras inicia estudos socioeconômicos relacionados à produção de farinha e ao plantio de sistemas agroflorestais no médio Juruá

O Projeto Pioneiras está auxiliando os produtores rurais do médio rio Juruá a implantarem sistemas agroflorestais com a perspectiva de melhorar a renda e a segurança alimentar das famílias que vivem na Reserva Extrativista (Resex) do Médio Juruá e na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uacari. Ambas ficam no município de Carauari, no Estado do Amazonas, distante de Manaus cerca de 1.670 km por via fluvial.

Comunidade Bom Jesus, na RDS Uacari, onde o Projeto Pioneiras desenvolve atividades de pesquisa e extensão.
Dados dos planos de gestão das reservas, de 2009 e 2010, contabilizaram 550 famílias e cerca 3.200 pessoas morando nas duas reservas, distribuídas em 57 comunidades. Boca do Xeruã é a comunidade mais distante, no extremo da RDS do Uacari, a mais de 400 km da sede de Carauari. Uma viagem à esta cidade pode levar até 52 horas de barco. Além de dispendiosa, produtos perecíveis se estragam na longa viagem. Como na comunidade também não há fornecimento de energia elétrica, a comercialização de alguns produtos processados, como o vinho de açaí, torna-se inviável. Esses entraves afetam o potencial que diferentes produtos possuem como fonte de renda para as famílias da região.
Novo Horizonte, na Resex do Médio Juruá, outra comunidade
foco do trabalho na região do médio Juruá.

Na perspectiva de melhorar a renda e a segurança alimentar das famílias, especialmente as que moram nas comunidades mais distantes, o Projeto Pioneiras, em parceria com a Associação dos Produtores Rurais de Carauari (ASPROC), está auxiliando algumas famílias na implantação de 20 hectares de sistemas agroflorestais (SAF’s) em roçados de mandioca abandonados e hoje recobertos por capoeiras.

A primeira ida a campo para a coleta de dados foi realizada em março de 2014. Foram levantadas informações sobre o preparo da terra, plantio, manutenção e colheita da mandioca, assim como do processamento e transporte da farinha. Isso vai permitir a análise comparativa entre o custo-benefício da produção dos roçados de mandioca e dos SAF’s planejados. Dados parciais sobre os rendimentos da produção de farinha mostram que, dependendo das decisões e estratégias adotadas por cada família no processo produtivo, as famílias podem ter um prejuízo de até R$ 3.000,00 por hectare de roça cultivada ou, pelo contrário, lucros que chegam a R$ 28.000,00.

Mandioca sendo torrada para a produção de farinha.
A estimativa é de que a conclusão desses trabalhos ocorra até o início de 2015, e a expectativa é de que os produtores possam decidir, com base também nos custos e no retorno financeiro de cada opção de trabalho da terra, as melhores estratégias para empregar sua força de trabalho.

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